O subir em direção ao alto, na Bíblia, é visto como uma imagem da oração do fiel que se eleva aos céus, o lugar simbólico de Deus, ou, da oração dos santos que se eleva em direção ao trono de Deus. Incensar, assim, é a oração, o louvor, a súplica apresentada ao Altíssimo pelo seu povo que se confia a Ele totalmente.
O incenso também é usado como expressão de honra e de adoração (MT 2,2), ou seja, como reconhecimento da presença de Deus naquilo ou em quem se incensa, como por exemplo, o sacerdote, o livro da Palavra, o altar na Celebração Eucarística, mas também a assembléia reunida, verdadeira imagem da Igreja onde está presente seu Chefe e Senhor.
O fato de que esta “fumaça que sobe” tem um aroma, é interpretado na Escritura como ‘um sacrifício agradável a Deus’ (LV 2,1-2). O Novo Testamento identifica com a vida dos fiéis este ‘sacrifício agradável e perfumado’ (2Cor 2,15).
Sob esta ótica, o incenso é utilizado como expressão da aceitação de Deus das ofertas e sacrifícios, mas, sobretudo na atitude de oferta de si mesmo a Deus, à imitação do seu Senhor e Mestre. Na Celebração Eucarística, isto é bem visível no uso do incenso no momento da apresentação doas ofertas.
Em algumas ocasiões, o incenso pode assumir a conotação de purificação e expiação (Nm 17,12). Assim como o bom aroma afasta o mau-odor, o incenso pode indicar o afastamento do maligno daquilo que se é incensado. Neste sentido, o uso do incenso pode ser entendido no sentido de bendizer, especialmente se acontece durante o gesto de fazer o sinal da cruz.
O incenso é produzido em regiões com forte tradição em incensos de resina, como o Oriente Médio, Norte da África e Itália. Durante mais de cinco mil anos esta foi uma das mais caras substâncias no mundo civilizado, equiparado ao ouro e presente de reis. Era objeto de cobiça de grandes culturas, como a chinesa, da Ásia Menor e da Mediterrânea. O apogeu do comércio de incensos de resina foi no Império Romano, no primeiro século a.C.. O imperador Nero queimava toneladas em cerimônias religiosas.
A Rádio Vaticano conversou com o Sr. Martinho Rocha, fundador e proprietário de uma fábrica de incensos litúrgicos no interior de São Paulo, sobre o incenso Litúrgico, suas origens e produção:
Missa de inauguração do Pontificado teve incenso brasileiro
As milhares de pessoas que acompanharam a Missa de inauguração do Pontificado do Papa Francisco na manhã desta terça-feira, 19, desconhecem que o incenso utilizado na celebração é brasileiro.
Desde 2008, um produtor de incenso litúrgico do interior de São Paulo fornece o incenso utilizado nas celebrações Pontifícias, quer no Vaticano quer nas viagem do Papa. O Vaticano compra cerca de 16 kg/ano deste incenso, que é exportado do Brasil numa caixa contendo 32 pequenas caixas de 500 gr. A cada celebração é usada 1 ou 2 colheres de chá em cada incensação, 2 a 3 vezes durante a missa.
O incenso brasileiro passou a fazer parte nas celebrações pontifícias a partir da viagem do então Papa Bento XVI ao Brasil em 2007, para a abertura da Conferência de Aparecida e a canonização de Frei Galvão.
O Sr. Martinho Rocha, fundador proprietário da fábrica de incenso contou à Rádio Vaticano como o incenso produzido no Brasil foi escolhido para a celebração desta terça-feira:
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