Participaram da coletiva, o Cardeal Peter Kodwo Appiah Turkson, Presidente do Pontifício Conselho da Justiça e da Paz; Dom Mario Toso, S.D.B., Secretário do Pontifício Conselho; e o Dr. Vittorio Alberti, membro do mesmo organismo.
No seu discurso o Cardeal Peter Appiah Turkson destacou o motivo da iniciativa organizada pelo organismo vaticano, que é o de chamar a atenção para o aniversário da publicação da Encíclica do Beato João XXIII, “Pacem in terris”.
Fiel à missão que lhe foi confiada de “aprofundar a Doutrina Social da Igreja, comprometendo-se para que a mesma seja divulgada amplamente e traduzida na prática junto às pessoas e às comunidades, o Pontifício Conselho organizou três dias de celebrações que não desejam ser somente uma simples comemoração do Documento. Pretende-se – afirmou o cardeal –, promover uma reflexão sobre a atualidade e sobre a atualização dos conteúdos da Encíclica com referência às “res novae”.
Ao mesmo tempo, desejou-se verificar a atuação de seus fundamentais ensinamentos no âmbito dos direitos humanos, do bem comum, do bem comum global e da política, campos nos quais se joga a convivência pacífica entre os povos e entre as nações. De fato, para se alcançar a paz, o Papa João XXIII – afirmou o Cardeal Turkson -, mais do que fazer teorias sobre a paz ou sobre a guerra, faz um apelo ao homem mesmo e à sua dignidade.
Nesta perspectiva procurou-se articular a reflexão em três dias, que, seguindo dinâmicas diferentes, convergem em questões particularmente significativas.
Em primeiro lugar a questão das instituições políticas e das políticas globais que se revelam hoje indispensáveis para enfrentar as questões globais. Para enfrentar esse gênero de problemáticas, se considerou que fosse necessário iniciar examinando o tema da reforma da maior instituição global: A Organização das Nações Unidas. Tema esse na agenda há muitos anos, se se pensa que 20 anos atrás teve início o debate sobre a Reforma do Conselho de Segurança, disse o purpurado.
Outras duas questões urgentes que, por causa do fenômeno da globalização, assumiram dimensões importantes, exigindo o compromisso e a cooperação da comunidade internacional, são os do trabalho, ou melhor do desemprego, e da proteção dos direitos humanos. Questões que serão tratadas por acadêmicos de nível internacional durantes os dias de reflexão.
A segunda questão apresentada pelo Pontifício Conselho são as novas fronteiras da paz: esse tema será discutido durante o terceiro dia de debates, 4 de outubro. A atualização dos conteúdos da “Pacem in terris” com referência às “res novae”, parte, de fato, da consideração que a partida hoje se joga em campos notavelmente diversos em relação a 50 anos atrás, época em que os conflitos, nem sempre só latentes, eram encarnados, essencialmente, na contraposição de dois blocos comprometidos na “guerra fria”.
Pensou-se então em individuar em algumas questões os desafios que surgem atualmente como os mais perigosos para a conservação da paz: a liberdade religiosa, e mais particularmente, a questão da perseguição dos cristãos no mundo, a crise econômica, que é antes de tudo uma crise moral, a emergência educativa, particularmente aguda no âmbito dos meios de comunicação, os conflitos, sempre mais recorrentes.
A terceira questão, enfim o aspecto educativo. Aspecto esse, que está particularmente no centro da atenção da Igreja, que tem, entre as suas missões principais, o da formação das consciências. Essa questão será abordada de dois modos: o formativo e o da experiência prática. (SP)
Fonte: RV
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