sexta-feira, 7 de março de 2014

Dignidade da Mulher

No dia 8 de março comemoramos o Dia Internacional da Mulher. Na origem da data estão as lutas enfrentadas pelas mulheres para obter o reconhecimento da sua dignidade e conquistar os seus direitos. Por isso, mais do que dia de festa, o oito de março é dia de mobilização para debater e discutir as discriminações e violências morais, físicas e sexuais ainda sofridas pelas mulheres em diversos países.

Em 2014, o Dia Internacional da Mulher acontece durante a Campanha da Fraternidade, que aborda a temática do tráfico humano. E uma das mais tristes formas de tráfico tem por objetivo recrutar pessoas, principalmente mulheres, para a prostituição. Muitas vezes elas são aliciadas para trabalharem como modelos, garçonetes, babás ou dançarinas em outros países ou em grandes centros urbanos e acabam forçadas pelos traficantes a se prostituírem.

Criada à imagem e semelhança de Deus, a dignidade da mulher foi ressaltada por Jesus Cristo em muitas das suas obras e palavras. Em uma época marcada pelo machismo e discriminação, Ele conversava publicamente com elas: os discípulos “ficaram admiradas ao ver Jesus conversando com uma mulher” (Jo 4,27). As mulheres atingidas pela doença ou por sofrimentos físicos encontraram Nele alguém que lhes ajudava a recuperarem a saúde e a dignidade, como foi o caso da mulher encurvada e incapaz de olhar para cima (Lc 13,11) e da mulher que sofria de hemorragias (Mc, 5,25-34). As mulheres apontadas pela sociedade como pecadoras encontraram em Jesus alguém que as acolhia e perdoava: “Os teus pecados foram perdoados! A tua fé te salvou” (Lc 7,36-49). Aos que se sentiam no direito de condenar uma mulher que cometera adultério, Jesus desafiou: “Quem não tiver pecado que atire a primeira pedra” (Jo 8,7).

Conforme o Texto Base da Campanha da Fraternidade (n. 144), “o Evangelho retrata que Jesus, em suas obras e palavras, é contra tudo quanto ofende a dignidade da mulher, e exprime sempre o respeito e a honra devida à mulher. Em nossa sociedade de consumo e espetáculo, mulheres são submetidas a novas formas de exploração e até à escravidão”. Por isso, “o enfrentamento ao tráfico humano, sobretudo de mulheres e crianças, que são as vítimas em potencial deste negócio ilícito, é hoje um dos urgentes apelos para a sociedade, e com especial convocação para a Igreja, cuja missão de cuidar, proteger, defender e promover a vida ameaçada é um imperativo antropológico e cristão” (n. 255).

Saúdo, com muito carinho, a todas as mulheres das nossas comunidades e as cumprimento pelo seu espírito de luta e pelo trabalho desenvolvido em prol da vida das pessoas. Aproveitemos o Dia Internacional da Mulher e a Campanha da Fraternidade para fortalecer ações de combate ao tráfico humano, principalmente ao tráfico que leva mulheres a serem exploradas no trabalho e através da prostituição e pornografia. Deus vos abençoe!

Dom Canísio Klaus
Bispo de Santa Cruz do Sul (RS)
Fonte: CNBB

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