segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

Nossa Senhora da Expectação ou do Ó.


Oração a Nossa Senhora do Ó
 Doce Virgem Maria, cujo coração foi por Deus preparado para morada do verbo feito carne pelas inefáveis alegrias da expectação de vosso santíssimo parto, ensinai-nos as disposições perfeitas de uma íntegra pureza no corpo e na alma, de uma humildade profunda no espírito e no coração, de um ardente e sincero desejo de união com Deus, para que o meigo fruto de vossas benditas entranhas, venha a nascer misericordiosamente em nossos corações, a eles trazendo a abundância dos dons divinos, para redenção dos nossos pecados, santificação de nossa vida e obtenção de nossa coroa no Paraíso, em vossa companhia. Assim seja. Amém

INSTITUIÇÃO DA FESTA

No Brasil, o culto iniciou-se à época desde o início da colonização, com o Capitão donatário Duarte Coelho, na Capitania de Pernambuco. Tendo fundado a vila de Olinda, nessa povoação erigiu-se uma Igreja sob a invocação de São João Batista, administrada por militares, onde era venerada uma imagem de Nossa Senhora da Expectação ou do Ó.
De acordo com Frei Vicente Mariano, também se tratava de uma imagem pequena com cerca de dois palmos de altura, entalhada em madeira e estofada, de autoria e origem desconhecida.
A tradição reputa esta imagem como milagrosa, tendo vertido lágrimas em 28 de Julho de 1719.
A partir dessa primitiva imagem em Olinda, a devoção se espalhou em terras brasileiras graças a cópias na Ilha de Itamaracá, em Goiana, em Ipojuca e em São Paulo, nesta última em casa da família de Amador Bueno e na do bandeirante Manuel Preto que fundou a igreja e o bairro bem conhecidos até hoje.
Os bandeirantes , por sua vez levaram a devoção para Minas Gerais, onde, em Sabará, se erige a magnífica Capela de Nossa Senhora do Ó, em estilo indo-europeu, atualmente tombada pelo Iphan.

Iconografia
A imagem de Nossa Senhora do Ó sempre apresenta a mão esquerda espalmada sobre o ventre avantajado, em fase final de gravidez.
A mão direita pode também aparecer em simetria à outra ou levantada.
Encontram-se imagens com esta mão segurando um livro aberto ou também uma fonte, ambos significando a fonte da vida.
Em Portugal essas imagens costumavam ser de pedra e, no Brasil, de madeira ou argila.


AS ANTÍFONAS MAIORES

Desde ontem (17) até ao dia que antecede a véspera de Natal, antes e depois da recitação do Magnificat na oração de Vésperas, são cantadas sete antífonas, uma por dia. Todas começam por uma invocação a Jesus, que no entanto nunca é chamado pelo nome, e todas incluem o apelo «Vinde».
Estas antífonas, que remontam às cercanias do ano 600, são inspiradas pelos textos do Antigo Testamento que anunciam o Messias. Desde a primeira à última, Jesus é invocado como Sabedoria, Senhor, Raiz, Chave, Estrela, Rei e Emanuel; em Latim, língua original, Sapientia, Adonai, Radix, Clavis, Oriens, Rex, Emmanuel. Lendo as iniciais desde a última até à primeira forma-se o acróstico «Ero Cras», que poderá traduzir-se por «Amanhã Eu estarei». É a proclamação do Senhor que vem. A última antífona, que completa o acróstico (conjunto das letras iniciais dos versos que constituem determinados nomes), é cantada a 23 de Dezembro, e no dia seguinte, com a oração das primeiras Vésperas, começa a solenidade do Natal.
Ainda que as antífonas se refiram sobretudo a textos veterotestamentários, há algumas expressões nas últimas três que apenas se compreendem à luz do Novo Testamento. A 21 de Dezembro encontramos uma alusão ao Cântico de Zacarias (o «Benedictus»), que se lê em Lc 1,78-79: «que das alturas nos visita como sol nascente para iluminar os que jazem nas trevas e na sombra da morte».
No dia seguinte inclui-se uma referência ao segundo capítulo da Carta de São Paulo aos Efésios («Ele que, dos dois povos, faz um só», v. 14). A última antífona termina com a expressão «Senhor nosso Deus», invocação exclusivamente cristã, dado que só os discípulos de Jesus reconhecem o Emanuel como Deus. Segue-se uma proposta de tradução das sete antífonas do Ó.

I – 17 de Dezembro
Ò Sabedoria, que procede da boca do Altíssimo, vós estendeis-vos até aos confins da terra e tudo dispondes com fortaleza e benignidade: vinde ensinar-nos o caminho da sabedoria.

II – 18 de Dezembro
Ò Senhor, chefe da casa de Israel, que aparecestes a Moisés no fogo da sarça ardente e que no Sinai lhe destes a lei: vinde e libertai-nos com o vosso braço poderoso.

III – 19 de Dezembro
Ò Raiz de Jessé, que vos ergueis como sinal para os povos, perante vós os reis da terra emudecem e invocam-vos as nações: vinde libertar-nos, não tardeis.

IV – 20 de Dezembro
Ò Chave de David e ceptro da casa de Israel, que abris e ninguém pode fechar, fechais e ninguém pode abrir: vinde, libertai das prisões os cativos que vivem nas trevas e na sombra da morte.

V – 21 de Dezembro
Ò Estrela nascente, esplendor da luz eterna e sol de justiça: vinde e iluminai os que vivem nas trevas e na sombra da morte.

VI – 22 de Dezembro
Ò Rei dos povos e seu anseio, pedra angular que reunis os povos num só: vinde e salvai o homem que formastes da terra.

VII – 23 de Dezembro
Ò Emanuel, nosso rei e legislador, esperança e salvação dos povos:vinde salvar-nos, ò Senhor nosso Deus.
Fonte; Frei Francisco


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