“Os meus olhos estão voltados para o Senhor,
Porque Ele livra os meus pés da armadilha,
Olhai para mim, Senhor e tende compaixão
Porque estou só e desamparado” (Sl 24,15-16)
Leituras: Ex 3,1-8ª, 13-15; Sl 102(103), 1-2,3-4,6-7,8,11
(R/8ª); 1Cor 10,1-6,10-12;Lc 13,1-9 (Penitência).
Caríssimos irmãos e irmãs, queridos jovens!
Nesta terceira etapa da caminhada para a Páscoa, somos
chamados, mais uma vez, a repensar a nossa existência. O tema central da
liturgia de hoje é a “conversão”. Com este tema entrelaça-se o da “libertação”;
o Deus libertador propõe-nos a transformação em homens novos, livres da
escravidão do egoísmo e do pecado, para que em nós se manifeste a vida em
plenitude, a vida de Deus.
A primeira leitura fala-nos do Deus que não suporta as
injustiças e as arbitrariedades e que está sempre presente naqueles que lutam
pela libertação. É este Deus libertador que exige de nós uma luta permanente
contra tudo aquilo que nos escraviza e que impede a manifestação da vida plena.
O Salmo responsorial
pede que bendigamos ao Senhor, porque os nossos
pecados e cura as nossas feridas, pois é um Deus clemente e compassivo.
São Paulo avisa-nos que o mero cumprimento de ritos externos
e vazios não é de nada importante; o que de fato é importante e muito, é a
adesão verdadeira a Deus, a vontade de aceitar a sua proposta de salvação e viver
com Ele numa comunhão íntima que, necessariamente, dever ser refletida na
comunhão com os irmãos e irmãs.
O Evangelho contém um convite a transformação radical da
existência; a mudança de mentalidade, a recentrar a vida de forma que Deus e os
seus valores passem a ser a nossa prioridade fundamental. Se isso não
acontecer, diz o Senhor Jesus, a nossa vida será cada vez mais controlada pelo
egoísmo que leva sempre a morte.
Jesus nos revela a verdadeira imagem de Deus. Um Deus
clemente e cheio de compaixão que dá ao homem o tempo para que se converta.
Encontramos presente no trecho do Evangelho a enorme paciência de Deus:existe
ainda e sempre uma oportunidade e, antes que seja tarde, devemos dela
aproveitar! A longanimidade de Deus é um apelo permanente à conversão por isso
é preciso: descobrir Deus como Deus, pois ele caminha ao nosso ritmo, do nosso
lado e sabe esperar por nós, quem não descobrir este Deus nunca perceberá a
necessidade de mudar, de se voltar para Ele: assumir a nossa parte de
responsabilidade nos males deste tempo, pois ele nos revelam que todos nós
temos muitas coisas para mudar, tais como; nos critérios de julgar, nas formas
de ser, nos modos de agir. E mudar em coisas muito simples e concretas... E
isto é para mim, para nós, de modo objetivo. Veja bem: converter-se em quê, a
Quem, como e agora!
Paciência, alegria, amor e perdão. Eis os atributos do amor,
para estes três domingos, em que entramos no coração da Quaresma, para conhecer
E descobrir o amor de
Deus. Com o apelo à conversão, correspondemos à paciência de Deus. Jesus, na
sua divina paciência, dá-nos, este ano, mais oportunidade de vida, fazendo mais
uma vez um apelo à conversão. Deixemos que este apelo toque fundo o nosso
coração.
Outros traços da ação que levam
A transformação = conversão
a)
Organizar encontros com os jovens profissionais,
capacitando-os para a missionariedade na área específica de seu trabalho;
b)
Utilizar as redes para formentar, divulgar e infundir o
bem comum, com fóruns, debates e discussões via Web;
c)
Reconhecer e favorecer o protagonismo juvenil midiática,
incrementando nas comunidades eclesiais e na sociedade uma política de
comunicação que inclua pessoas que utilizem as novas tecnologias para a
promoção da rede de conscientização política e social. Os jovens devem organizar encontros de
formação para educar seus companheiros e outras pessoas ao uso sadio e
educativo das novas mídias;
d)
Dar condições para que os jovens promovam em seus
grupos oficinas sobre como utilizar as novas tecnologias na sala de aula, na igreja,
na comunidade, tratando de questões como regras para usar corretamente e com
segurança as ferramentas virtuais, discutir questões éticas referentes à
internet, à inclusão digital, questões políticas, ambientais;
e)
Provocar o debate e consolidação de mecanismos
institucionais que consolidem a efetivação dos direitos dos jovens em suas
distintas realidades; reafirmá-los como estratégia de desenvolvimento no pais;
f)
Reivindicar que os poderes públicos assegurem mecanismo
para o protagonismo dos jovens, desde o levantamento das demandas, elaboração e
efetivação das políticas públicas, até a fiscalização e avaliação.
Converter-se para poder transformar
Compreender
que o reinado de Jesus não conduz somente à transformação do coração, pela
conversão pessoal, mas é, também, como fermento que vai levedando toda a massa,
enche a vida de esperança, de ânimo e de força diante das dificuldades e do
mal. Quando o jovem vislumbra no horizonte da sua vida uma proposta que
ultrapassa tudo aquilo que o “mundo” oferece como solução imediata, ele tem,
então, a oportunidade de fazer sua opção pessoal pelo seguimento de Jesus e
pela vivência de sua proposta.
A presença desse reinado deve ser
anunciada com o modo de nos posicionar no caminho da nossa vida, mas devemos
também testemunhá-la utilizando todos os meios adequados que estão ao nosso
dispor. Também nisso o jovem é como um “semeador”. Não tem a pretensão de que
todos vão acatar o seu testemunho, mas acredita que algo melhor pode florescer
no coração de alguém e do mundo. Cabe a
cada jovem, que já se aproximou pelo Reino, “transmitir aos outros a própria
experiência de Jesus” sob a ação do Espírito.
Acreditar na proposta de Jesus e apostar a
vida para a instauração desse reinado é o compromisso de todo o batizado,
reafirmado de modo consciente e livre no sacramento da confirmação: pela força
do Espírito Santo de Deus cada fiel se comprometeu a ser anunciador desse novo
tempo, por isso com a igreja o jovem clama: “vem, Senhor Jesus “ (cf. Ap 22,20)
Um catequista atraente
e o acompanhamento sistemático das expressões juvenis nas comunidades garantem
o encontro qualificado e constante dos jovens com a proposta do Reino. É
imprescindível acreditar nos jovens de hoje e auxiliá-los a enxergar esse
projeto dentro desta cultura emergente e saber comunicá-lo neste mundo
midiático com suas redes sociais.
Construindo a Solidariedade
Deus, nosso
bom pai, não pede ao homem sacrifícios, mais misericórdia e um único culto que
lhe seja agradável, que é aquele do prolongamento do seu amor para com a
humanidade, no exercício da solidariedade geradora de paz. Que ele nos torne
capazes de amar generosamente nossos irmãos, como sentimos-nos amados por Ele e
que percebemos sempre em nossa vida que Jesus não apela somente à conversão,
mas propõe ao homem o caminho a empreender para amar Deus e os irmãos e irmãs.
Pela participação na Sagrada
Comunhão, aprendamos de Cristo este empreendimento do amor.
Aclamemos no Domingo de Ramos e
da Paixão do Senhor, a Jesus Cristo, Deus feito homem e que deu a Vida para nos
salvar, e sejamos generosos, partilhando nossos bens que contribuirão para os
fundos de solidariedade diocesano e nacional .
Fonte; CNBB
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