“Alegra-te, Jerusalém; rejubilai todos
Os seus amigos. Exultai de alegria, todos
Vós que participastes do seu luto e podeis
beber e saciar-vos na abundância das
suas consolações” (Is 66,10-11)
Refletindo sobre a Palavra de Deus
Leituras: Js 5,9ª-12; Sl 33(34)2-3,4-5,6-7 (R/ 9ª);
2Cor 5,17-21; Lc 15,1-3,11-32 ( Filho pródigo ou pai
Misericordioso).
Caríssimos irmãos e irmãs, queridos jovens!
Neste quarto Domingo da Quaresma, somos convidados a
descobrir o Deus rico em misericórdia empenhado em conduzir-nos a uma vida de
comunhão com Ele. A Liturgia
Da Palavra apresenta-nos Deus como um Pai que nos ama com um
amor eterno, apesar das nossas escolhas tantas vezes erradas. Deus é paciente e
está sempre à espera para acolher e abraçar os filhos e filhas que decidem
voltar.
O livro de Josué narra a entrada do povo de Deus na Terra
Prometida. O rito da circuncisão, levado a cabo por Josué, faz-nos pensar numa
espécie de “conversão” coletiva, que põe um ponto final ao “ sofrimento do
Egito”e assinala um “tempo novo”
Para um povo de Deus renovado e pronto para celebrar a
Páscoa .
No banquete que celebra o regresso do filho pródigo, podemos
ver uma referência ao banquete eucarístico. Com o salmo trinta e três, podemos
cantar alegremente: Provai e vede como o
Senhor é bom!
São Paulo, hoje, nos recorda: “se alguém está em Cristo, é
uma nova criatura. Nós vos pedimos em
nome de cristo, reconciliai-vos com Deus”. Aceitemos realmente este convite,
este é o tempo favorável que Deus nos concede para isso.
Alguém já considerou a parábola do filho pródigo ou do pai
misericordioso “ o Evangelho dos Evangelhos”. É a mais bela e a mais longa das
parábolas de Jesus, impregnada de uma finíssima psicologia própria daquele que
nos contou, Jesus que conhece a infinita misericórdia do coração de Deus, que é
o seu próprio coração e que na profundidade da alma humana, onde se desenrola o
tremendo drama do pecado. Apesar das nossas infidelidades. Deus continua a
oferecer-nos o seu amor. Como é que respondemos a esta oferta divina? Com uma
vida de obediência aos seus mandamentos, ou com egoísmo e auto-suficiência?
A nossa conversão passa, necessariamente, pelo Sacramento da
Penitência ou da Reconciliação e deve ser manifestada na vida cotidiana. “Nós
somos, portanto, embaixadores de Cristo; É Deus quem vos exorta por nosso
intermédio . Nós vos pedimos em nome de Cristo: reconciliai-vos com Deus”
Vivendo a experiência da misericórdia
De Deus, podemos agir para:
a) Fomentar
a participação dos jovens nos conselhos de direitos e demais espaços de
controle das políticas públicas de juventude em níveis locais, regionais e
nacional;
b) Desenvolver mecanismo de denúncia de violação
dos direitos da juventude; do abuso infantil, do trabalho escravo, do tráfico
de drogas:
c) Construir estratégias para a reflexão,
divulgação e monitoramento da Campanha Nacional contra a violência e o
extermínio de jovens:
d) Participar de manifestações em prol da vida e
apoiar iniciativas que, consonantes às orientações da Igreja, defendam a vida:
e) Valorizar as identidades culturais dos
diversos povos que formam o povo brasileiro, para que nossos jovens respeitem e
reconheçam a importância das diversidades culturais;
f)
Pautar temas
relacionados às comunidades tradicionais e estabelecer parcerias na defesa de
seus direitos; realizar trabalhos, pesquisas, excursões, missões e atividades
nessas comunidades
E modelo devemos imitar?
A jovialidade
do projeto de Jesus Cristo consistia, portanto, na apresentação da novidade do
Reino como renovação radical da relação com Deus e com os irmãos, com
conseqüências radicais diante do sistema de sociedade que vigorava na época. , O
Reino de Deus era o grande anúncio de Jesus. A partir de sua experiência de
comunhão com o pai, Jesus propõe um jeito totalmente novo de ver, de pensar, de
agir e de organizar as relações entre as pessoas. Quando diz: “o Reino já está
no meio de nós” e é dom do pai ( cf. Lc.16,20), apresenta a si mesmo: “ Eu sou
o caminho, a verdade e a vida” ( Jo 14,6). Por parte dos homens e das mulheres,
existe a necessidade de conversão, de acolhimento, de mudança nas estruturas
sociais injustas, de esforço para o Reino de Deus crescer ( cf. Mt 13,21-33).
Por seu jeito de ser e de viver, Jesus revela e inaugura o Reino ( cf. Mt
25,31-46).
Jesus de
Nazaré é o modelo a ser seguido. Quando o contemplamos, vemos, em seu modo de
viver, atitudes a serem assumidas hoje. Ressaltamos sua comunhão na intimidade
da Trindade e o zelo por realizar vontade do pai ( cf. Jo 6,38), com
autenticidade e com coerência, o que causava admiração das pessoas (cf. Lc
4,22); sua misericórdia, seu acolhimento e sua capacidade de perdoar (cf .Mt
18,21; Jo 8,3-11): seu senso de diálogo (cf. Lc 9,49-50); sua capacidade de
amar até entregar a própria vida ( cf. Mt 20,28; Jo10,15-17)e, assim,
transformar o que é “velho” em “novo” (cf..Lc 10,24). Mas a novidade de sua
proposta se encontra, mesmo, na radicalidade do mandamento do amor (cf.
Mt,5,43-48;Jo13,1-5),que ilumina situações de vida e a observância dos
mandamentos (cf.Mt 5,23-24). Ele vivenciou primeiro esse amor, até a entrega na
cruz ( cf. Jo19,30),e derramou o Espírito Santo em nossos corações para
recordar aos discípulos missionários esse exemplo e fortalecê-los na vivência
da novidade do amor.
Construindo a
Solidariedade
Deus, bom e
fiel, jamais se cansa de chamar os que erram a uma verdadeira conversão e que,
em Jesus Cristo, levantado na cruz, nos cura de todo mal, nos ensina a
solidariedade geradora de paz. Que ele nos conceda a riqueza da graça para que,
renovados pelo Espírito Santo, possamos corresponder a seu desígnio de amor
eterno e infinito e que tomemos consciência de que a comunhão com Deus exige a
reconciliação com os irmãos e irmãs; a comunhão com os outros.
A
reconciliação provoca em nós a alegria de uma situação nova, porque nos faz
renascer!.
Aclamemos no
Domingo de Ramos e da paixão do Senhor, a Jesus Cristo, Deus feito homem e que
deu a Vida para nos salvar, e sejamos generosos, partilhando nossos bens que
contribuirão para os fundos de solidariedade diocesano e nacional.
Fonte; CNBB
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