domingo, 24 de fevereiro de 2013

5º Domingo da Quaresma 17 de março de 2013.-para estudo

Fonte: CNBB
“Fazei-me justiça, meu Deus,
Defendei a minha causa contra a gente impiedosa,
livrai-me do homem desleal e perverso.
Vós sois o meu refúgio”(Is 42,1-2)

 Refletindo sobre a Palavra de Deus

Leituras: Is 43,16-21; Sl 125(126),1-2abcd-3,4-5,6 (R/3);Fl 3,8-14;Lc 8,1-15(Mulher adúltera).

Caríssimos irmãos e irmãs, queridos jovens!

A palavra de Deus que ouviremos neste V Domingo da Quaresma, chamado também Domingo da Paixão, e que ressoa com eloqüência singular no nosso coração durante este tempo quaresmal, recorda-nos que a nossa peregrinação terrena está repleta de dificuldades e de provações , como o caminho do povo eleito  no deserto antes de chegar à terra prometida. Através da escuta da Palavra, seremos como discípulos, testemunhas de que Jesus é a manifestação viva da misericórdia de Deus, do Deus-misericórdia que acolhe os pecadores e a todos, em seu Filho que deu a vida para nos salvar.
O profeta Isaias anima os israelitas do desterro da Babilônia, assegurando-lhes que o Senhor não os esqueceu e vai reconduzi-los de novo à sua terra. É um símbolo da conversão do coração que Deus pede a todos nós, de modo especial neste tempo santo.
O salmo responsorial é todo ele uma recordação, verdadeira memorial, do regresso do cativeiro ao qual o povo estava submetido. Ele nos fala da alegria da conversão de cada um de nós, em quem Deus faz grandes maravilhas.
São Paulo ensina-nos, hoje, por sua própria experiência de fé e vida, o amor apaixonado a Jesus, somente esta experiência, fruto do encontro pessoal e transformador com ele, nos faz desprezar todas as coisas, sempre efêmeras, diante do seu amor que não passa e que por nada é superado.
O trecho evangélico narra o episódio da mulher adúltera e ajuda-nos a compreender que somente o amor de Deus pode mudar a partir de dentro a existência do homem e, consequentemente, de toda a sociedade, porque só o seu amor infinito o liberta do pecado, que é a raiz de todo o mal. Se é verdade que Deus é justiça, não podemos esquecer que Ele é sobretudo amor; se odeia o pecado, é porque ama infinitamente cada pessoa humana. Ama cada um de nós e a sua fidelidade é tão profunda que não se deixa desanimar nem sequer pela nossa rejeição. Em particular, hoje, Jesus exorta-nos à conversão interior; explica o motivo pelo qual nos perdoa e ensina-nos a fazer do perdão, recebido e oferecido aos irmãos, o “pão quotidiano” da nossa existência.
Voltaremos para as nossas casas jubilosos por termos estado com Jesus, mas também o levamos dentro de nós com o desejo de o amarmos com todas as nossas forças, do modo como ele nos amou, para que assim o possamos levar aos nossos amigos e amigas.


 Abrir-se ao novo

A busca do sentido da vida é uma questão peculiar a todos os seres humanos nas mais diversas épocas da história, mas que se acirra em períodos de transformações profundas. Essa necessidade humana não pode ser comparada com outras
necessidades, como a econômica, a social, a cultural, pois trata da primeira questão a ser enfrentada por toda pessoa durante sua existência no mundo. Tal busca iluminará os caminhos a seguir, quando e por que se sacrificar, quais os valores a defender, o que esperar da vida e o que buscar no outro.
Devemos, portanto:
a)      Considerar que o sentido da vida não pode mais ser entendido como uma espécie de princípio a priori, ao qual se deve aderir por tradição ou por imposição;
b)       Compreender que cada um não poderá fazer o que quiser, ou o que julgar mais cômodo ou adequado para si mesmo;
c)      Valorizar o esforço de cada um para descobrir o sentido da existência, em seu próprio contexto, em diálogo com sua própria tradição, e com as demais que venha a conhecer.

Na caminhada em busca do sentido da vida, a pessoa humana descobre que não é fruto do acaso e que sua existência não está largada ao sabor do destino. Pelo contrario, ao refletir sobre as inquietações da vida, sobre a origem, duração e fim, a própria razão nos mostra que existe. Alguém que, por seu poder, criou e governa a história (cf. Rm 1,20). Para nós, cristãos, esse Ser transcendente  e onipotente é Deus, que ama e se comunica com todos. Professar essa fé exige do discípulo-missionario reconhecer a dignidade de toda pessoa humana, sem distinção,
Para testemunhar isso, devemos;
a)      Viver de modo a testemunhar que todo ser humano é, depois de Deus, o que há de mais sagrado entre todas as obras da criação;
b)       Respeitar as manifestações de fé dos não batizados, por meio do diálogo e do serviço, e anunciar, pelo testemunho de comunhão, a graça de encontrar Jesus; respeitar a liberdade de culto e os sinais sagrados de outras religiões;
c)       Demonstrar entusiasmo por pertencer à Igreja e participar com alegria de suas atividades.

                                                A Força do encontro Pessoal com Cristo

Para que os projetos pastorais e sociais se revistam de mística e sejam perpassados de um sentido transformador, baseado no Evangelho, deve-se ter em mente a dimensão do encontro pessoal com Cristo como principio da ação apostólica. “ Não se começa a ser cristão por uma decisão ética ou uma grande idéia, mas através do encontro com um acontecimento, com uma pessoa, que dá novo horizonte à vida e, com isso, uma orientação decisiva”.

O documento Evangelização da juventude já chamava a atenção para a força disso, afirmando que o encontro pessoal com Jesus Cristo não é algo abstrato; é necessário caminhar com os jovens  e fazer com eles a experiência de Jesus, Temos de mostrar-lhes que experimentamos Jesus, vivo e atuante, nas Sagradas Escrituras, na Liturgia, sobretudo na Eucaristia, na  comunidade reunida em seu nome, nos irmãos e nas irmãs mais pobres. “Se Cristo lhes for apresentado com seu verdadeiro rosto, os jovens reconhecem-no como resposta convincente  e conseguem acolher a sua mensagem, mesmo se exigente e marcada pela cruz”.
Quem se encontra com Jesus e deseja segui-lo, deve abraçar com empenho o seu projeto. O encontro com Cristo implica, necessariamente, amor, gratuidade, alteridade, unidade, eclesialidade, fidelidade, perdão e reconciliação. Daí a importância da iniciação à vida cristã, a qual não acontece plenamente se não se tem contato com a Escritura, com os espaços eclesias de comunhão e de oração.


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