"Diante da oração, Deus sempre diz sim. Algumas vezes ele diz: sim, já! E a graça acontece logo. Outras vezes, Deus diz: sim, mas não agora! Eu vou lhe dar no tempo certo".
Foto: Dehon Brasil |
Para os cristãos e de acordo os escritos bíblicos do Novo Testamento, a oração é a força para a perseverança nos caminhos da fé (cf. At 1,14); ela abre as portas do céu para as graças de Deus (cf. Mc 11,24); liberta o homem do poder do mal (cf. Mc 9,29) e para quem crê na Bíblia, a oração pode fazer o impossível acontecer (cf. Mt 17,20).
Muitos santos da Igreja Católica definiram, a partir da sua experiência pessoal, o que vem a ser a oração. Segundo os escritos de Santa Teresinha do Menino Jesus, "a oração é um impulso do coração, é um simples olhar lançado ao céu, um grito de reconhecimento e amor no meio da provação ou no meio da alegria".
Alinhado aos ensinamentos da Igreja, padre Alírio José Pedrini, dehoniano, autor de vários livros relacionados à oração, explica que a oração é o relacionamento de uma pessoa humana com o seu Deus. "Um relacionamento que vem do falar com Deus, adorar, louvar, glorificar, bendizer e exaltar a Deus. Ao mesmo tempo, consiste em ouvir a Deus, com o silêncio do coração, através da leitura da Sagrada Escritura. Toda essa comunicação é a oração", diz o padre.
De acordo com o Catecismo da Igreja Católica (CIC), existem seis formas de oração baseadas nas Sagradas Escrituras: benção, adoração, súplica, intercessão, ação de graças e louvor (cf. CIC 2626).
Segundo padre Alírio, cada formato de oração tem o seu valor porque brota do coração humano que vai conversar com o coração de Deus. Todavia, o sacerdote ressalta que a oração que primeiro deve sair dos lábios do homem é a oração de adoração a Deus.
"A adoração é sempre o primeiro impulso diante de Deus, de reconhecê-lo como Deus, proclamá-lo como Deus, de querê-lo como Deus verdadeiro. Crer que Ele é Uno, é Trino, é Pai, Filho e Espírito Santo e que Ele tem todas as qualidades e atributos divinos. Portanto, a oração que mais se adéqua diante de Deus é exatamente reconhecê-lo como Deus, e isto se chama adoração", reforçou.
Deus sempre ouve as nossas orações?
Jesus disse no Evangelho de São Mateus: "Tudo o que pedirdes com fé na oração, vós o alcançareis" (Mt 21,22). No entanto, aos olhos humanos, essa passagem bíblica poderia ser tachada de inadequada, visto que nem tudo aquilo que se pede a Deus Ele concede. Verdade? Padre Alírio afirma que não. Segundo ele, Deus sempre diz Sim à oração do homem.
"Eu poderia dizer que, diante da oração, Deus sempre diz sim. Algumas vezes ele diz: sim, já! E a graça acontece logo. Outras vezes, Deus diz: sim, mas não agora! Eu vou lhe dar no tempo certo. Em outra oportunidade, Deus diz: Sim, mas não o que você pede! Vou lhe dar outra coisa melhor para você", explicou.
O sacerdote esclarece que a oração é sempre ouvida e atendida por Deus, mas é preciso ficar atento à sua eficácia. Padre Alírio afirma que não existe oração "fraca", a oração é "sempre poderosa porque ela significa relacionamento com Deus que é todo poderoso".
No entanto, explica padre Alírio, a eficácia na oração depende do estado de espírito da pessoa que reza, da fé que ela tem no Deus verdadeiro e ao mesmo tempo a confiança na providência divina. "Às vezes, alguém pode colocar na oração determinados pedidos que não seria para o seu próprio bem, então, Deus atende aquilo que seja necessário para a pessoa".
As expressões de oração
O Catecismo Católico explica que a tradição cristã conservou três expressões principais da vida de oração: oração vocal, a meditação e a oração mental (cf. CIC 2699).
A oração que comumente se vê é a vocal. "É por palavras que a nossa oração cresce", diz o Catecismo. A meditação é, na explicação da doutrina católica, uma procura para compreender o porquê e o como da vida cristã. Já a oração mental, trata-se de uma relação de intimidade da pessoa com Deus. "Um comércio íntimo de amizade em que conversamos muitas vezes a sós com esse Deus por quem nos sabemos amados", traduziu Santa Teresa.
Padre Alírio reflete que com a agitação dos dias atuais, o tempo de recolhimento para estar com Deus corre o risco de ficar reduzido ou até mesmo esquecido. Para ele, separar um tempo para a oração não é questão de preferência. O sacerdote acredita que se uma pessoa tem uma profunda amizade com Deus, se percebe que esse Deus a ama profundamente e procura amá-Lo da mesma forma, com certeza irá encontrar um tempo para se comunicar com Ele, para ouvi-Lo e contemplá-Lo.
"É verdade que há muita agitação no mundo de hoje, a vida é muito corrida, mas sempre as pessoas encontram um tempo para aquilo pelo qual se interessam, sempre encontram um espaço de tempo para aquilo que buscam. Portanto, se a pessoa tem uma fé viva no Deus Verdadeiro, se tem um relacionamento bonito com Ele, se sente dependência de Deus em todas as coisas, ela vai encontrar, se não um longo tempo, mas algum tempo para então se comunicar com Deus", afirmou.
Fonte: Canção Nova Notícias
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