sexta-feira, 12 de abril de 2013

A RV e a JMJ Rio2013


2013-04-12 Rádio Vaticana
Cidade do Vaticano (RV) – Faltam exatamente 100 dias para a Jornada Mundial da Juventude Rio 2013.
Também a Rádio Vaticano está se preparando para cobrir o evento. Nossa emissora estará presente no Rio com sete correspondentes de sete línguas: português, inglês, francês, espanhol, alemão e polonês.
Para recordar esse marco dos 100 dias, o Programa Brasileiro propõe a reflexão do Diretor dos Programas da RV, Pe. Andrea Koprowski:
“A JMJ no Brasil terá inúmeros elementos novos. Antes de tudo, será sediada por um país muito empenhado na Missão Continental e na crescente consciência da missionariedade da Igreja; além disso, a maioria dos participantes provirá dos países vizinhos, em que se respira uma fé comunitária, alegre, amadurecida graças ao esforço realizado em conjunto na Missão Continental, fruto da Conferência de Aparecida, e bem diferente da superficialidade e da alegria parcial que as seitas oferecem. Não só: o ponto de referência da próxima JMJ será o Papa Francisco, proveniente da vizinha Argentina, mas já portador de um olhar universal da Igreja no mundo.
Há, ainda, outra bela coincidência: a realidade e força da Cruz e da Ressurreição de Cristo, presente nos discursos do Papa Francisco, tocam diretamente os difíceis problemas do mundo de hoje. O Cardeal Bergoglio já esteve no Rio no passado como bispo, mas por ocasião da JMJ será a primeira vez que visitará a cidade como Papa. 
Ele tem um profundo conhecimento daqueles que são, hoje, os principais problemas da América Latina e a sua participação em Aparecida foi importante. O Papa Francisco pode, portanto, levar uma mensagem essencial para a vida dos jovens: não querer o supérfluo. Mas o que levarão os europeus, os asiáticos, os poucos, mas presentes jovens africanos? A América Latina tem um seu modo de viver a fé, um modo mais intenso. A alegria será o presente mais belo de quem irá ao Rio. Além do mais, o acolhimento é uma característica especial da cidade e isso impressionará os jovens. Como tudo isso produzirá frutos para todos? ‘Para todos’ significa muito: 10 mil voluntários de diferentes países, e cerca de dois milhões de participantes de todo o mundo. ‘Frutos’ não somente para eles, mas para sua fé, para o estilo de levar o cristianismo no ‘Pátio dos Gentios’, nos mecanismos da sociedade civil de hoje.
As JMJs são uma festa de amizade, de fé, de alegria, de comunhão. E o Papa Francisco nos recorda o contexto mais amplo: ‘A Igreja é enviada por Cristo ressuscitado a transmitir aos homens a remissão dos pecados, e assim fazer crescer o Reino do amor, semear a paz nos corações, para que se afirme também nas relações, nas sociedades e nas instituições. E o Espírito de Cristo Ressuscitado afasta o medo do coração dos Apóstolos e os leva a sair do Cenáculo para levar o Evangelho. Tenhamos também mais coragem para testemunhar a fé no Cristo Ressuscitado! Não tenhamos medo de ser cristãos e de viver como cristãos!’ (Regina Caeli, 7 04 2013).
O contexto atual difícil dos mecanismos que orientam a realidade das sociedades civis, da cultura do mundo de hoje, deve ser penetrado pelo estilo de vida cristão, para romper a escravidão dos mecanismos, pelo menos para criar um clima de sede de verdade, de dignidade da pessoa humana, criada à imagem e à semelhança de Deus, responsável por toda a Criação.
O Rio tem a maior reserva do mundo de biodiversidade e abrigou, um ano atrás, a ‘Rio + 20’, o vértice mundial sobre desenvolvimento sustentável que estabeleceu um compromisso comum dos países mais desenvolvidos, daqueles menos desenvolvidos, das economias emergentes, do Grupo dos Brics, Brasil, Índia, China, África do Sul: trata-se de um empenho para construir uma green economy, uma economia baseada no uso sustentável dos recursos naturais e dos recursos energéticos. A Jornada Mundial da Juventude é o melhor contexto para dar sequência a esta visão solidária, mas também para se perguntar: em que medida é real o esforço dos países e “dos mecanismos”? A Amazônia, “pulmão do mundo” será realmente salva, ou prevalecerão as lobbies e os interesses internacionais? O documento final que se quer apresentar no Rio já tem um título muito significativo: “The Future We Want”, “O futuro que queremos”. Mas o documento não basta: a destruição da floresta amazônica, como também o mercado da droga, dependem do clima cultural no mundo, da demanda econômica, mas também do testemunho que os participantes da JMJ levarão para seus respectivos países.
Joseph Ratzinger, quando jovem teólogo, em 1969 escreveu: «Da crise atual emergirá uma Igreja que terá perdido muito. Tornar-se-á pequena e deverá partir mais ou menos do início. (…) Partirá dos pequenos grupos, dos movimentos e de uma minoria que colocará novamente a Fé no centro da experiência. Será uma Igreja mais espiritual, que não assumirá um mandato político flertando ora com a Esquerda, ora com a Direita. Será pobre e se tornará a Igreja dos indigentes. Então as pessoas olharão para este pequeno rebanho de fiéis como a algo de totalmente novo: e verão nele uma esperança para si mesmos, a resposta que sempre procuraram em segredo». (Joseph Ratzinger, 24 de dezembro de 1969: conclusão do ciclo de lições radiofônicas na Hessian Rundfunk, republicado no volume Faith and the Future, editado pela Ignatius Press). A JMJ do Rio repropõe esta pergunta! Como fazer para que a alegre comunidade de cerca de dois milhões de jovens provenientes de todos os continentes ajude a humanidade a descobrir uma esperança para si mesma, a encontrar a resposta que procura em segredo, a descobrir um estilo de vida que respeite os outros?
Fazemos votos, então, que o clima da JMJ encontre uma continuação eficaz justamente como sinal do crescimento orgânico da missão do Corpo de Cristo para a vida do mundo.”

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