2013-05-01 Rádio Vaticana
Jerusalém (RV) - O Patriarcado Latino de Jerusalém está “surpreso e preocupado” pelo veredicto da Comissão Especial de recursos israelense que recentemente aprovou a construção do muro de separação sobre as terras do Vale de Cremisan. Tal decisão – destaca a agência AsiaNews – irá criar dificuldade à população, à educação dos jovens.
Em Cremisan se encontram dois conventos salesianos, um masculino e outro feminino, escolas de formação agrícola e de ajuda aos habitantes do vilarejo cristão de Beti Jala, nos Territórios palestinos.
Com a construção do muro, o convento das religiosas se encontrará no lado palestino, circundado em três de seus lados, como também a escola primária anexa, deixando no território israelense a maior parte das terras que servem para as lições de técnicas agrícolas. Além do mais, a separação do território, obrigará mais de 450 jovens palestinos a frequentar um instituto com aspecto de uma prisão e circundado por postos de controle militar.
Entrevistado pela agência AsiaNews, Dom Shomali,
Bispo auxiliar de Jerusalém, sublinha que as razões em favor da construção do muro são fracas e imprecisas. “A segurança de Israel – afirma o prelado – pode ser garantida também distanciando o muro ou encontrando soluções alternativas”. “Além do mais – acrescenta – para as autoridades o percurso não pode ser modificado porque o muro já foi completado”.
Na espera do veredicto, de fato, o governo israelense tinha continuado a construção do muro deixando vazio os 1.500 metros que passam na propriedade dos salesianos.
Dom Shomali afirma que deste modo Israel faz valer um novo direito, violando as mesmas leis israelenses. “Para mudar a decisão – declara o bispo – o Patriarcado, a comunidade salesiana de Cremisan e os habitantes cristãos de Beit Jala sempre utilizaram meios moderados e não violentos, inclusive a oração. O Estado de Israel deve reconhecer tal comportamento pacífico”.
Aprovada no último dia 24 dea bril, a solução representa o ponto de chegada de uma batalha legal que durou sete anos. Para as autoridades israelenses o percurso alternativo representa um compromisso racional entre as exigências de segurança de Israel e as instâncias da liberdade de religião e de educação às quais tinham apelado os representantes legais do convento.
No último dia 26 de abril, a St. Yves Society, organização católica para os direitos humanos e representante na causa legal também em nome da Assembleia dos bispos católicos da Terra Santa, difundiu um comunicado no qual reafirma “a injustiça do procedimento”. (SP)
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