Não para punir este ou aquele purpurado, para ajudar esta ou aquela corja, mas sim para eliminar uma visão "mundana" da Igreja e superar uma concepção "estatal" da fé implícita no entrelaçamento entre Santa Sé e Estado da Cidade do Vaticano, entre burocracia herdada do século XIX e sopro do Espírito.
A comissão de inquérito sobre o IOR, explica o porta-voz papal, padre Federico Lombardi, está avaliando as contas correntes e as operações realizadas durante a gestão do diretor-geral, Cipriani, abalado, juntamente com o seu vice, Tulli (ambos renunciaram imediatamente), pela prisão de Scarano.
A comissão referente é presidida pelo cardeal Raffaele Farina, e o mandato de Francisco é muito amplo: verificar a posição jurídica e as atividades do IOR para permitir "uma melhor harmonização com a missão da Igreja e no contexto mais geral das reformas". Os comissários escolheram como assistentes especialistas de grandes bancos e grupos financeiros que passam os papéis pelo "pente fino".
A Bergoglio será transferida a documentação completa sobre o andamento e os procedimentos do "banco" do outro lado do Tibre, mesmo com a avaliação da sua discutida gestão. A "operação transparência" no IOR também prossegue com a atividade do Promontory Financial Group, em colaboração com a AIF, para o controle, uma por uma, das milhares de contas, das relações com os clientes dos procedimentos em vigor contra a lavagem de dinheiro.
Já teve início o estudo das possíveis reestruturações e da forma que deveria assumir a "caixa-forte" vaticana, em uma possível revisão do seu status. A hipótese mais provável é a fusão entre IOR e APSA, a administração do patrimônio que também tem funções bancárias, ou, melhor, é considerado o "banco central".
Estuda-se a unificação entre a gestão das propriedades imobiliárias da APSA e a gestão, igualmente enorme, da Propaganda Fide. Na APSA, estão de saída os delegados das duas seções, Massimo Boarotto, da "ordinária" (que gere justamente os bens imóveis), e Paolo Mennini, da "extraordinária" (investimentos financeiros e em títulos). Para a substituição de Boarotto a outubro, pensa-se em uma solução interna.
Nada mais será como antes.
Fonte: La Stampa/DT
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