“... hoje gostaria de falar de uma realidade muito bela da nossa fé, ou seja,a “comunhão dos santos”. O Catecismo da Igreja Católica recorda-nos que com esta expressão entendem-se duas realidades: a comunhão às coisas santas e a comunhão entre as pessoas santas. Atento no segundo significado: trata-se de uma verdade entre as mais consoladoras da nossa fé, pois que nos recorda que não estamos sós mas existe uma comunhão de vida entre todos aqueles que pertencem a Cristo.”
Este segundo significado – disse o Papa Francisco - lembra-nos que a comunhão dos santos tem como modelo a relação de amor que existe entre Cristo e o Pai no Espírito Santo: é o amor de Deus que nos une e purifica dos nossos egoísmos, dos nossos juízos e das nossas divisões internas e externas.
“A Igreja, na sua verdade mais profunda, é comunhão com Deus, comunhão de amor com Cristo e com o Pai no Espírito Santo, que se prolonga numa comunhão fraterna.”
Ao mesmo tempo – continuou o Santo Padre - também experimentamos que a comunhão com os irmãos leva-nos à comunhão com Deus. De facto, nos momentos de incerteza e mesmo de dúvida, precisamos do apoio da fé dos outros, sobretudo, nos momentos de dificuldade – disse o Papa Francisco - que afirmou ser muito importante abrirmo-nos aos outros:
“Como é belo apoiarmo-nos uns aos outros na aventura maravilhosa da fé! Digo isto porque a tendência a fecharmo-nos no privado influenciou também o âmbito religioso e, assim, muitas vezes é custoso pedir ajuda espiritual aos que connosco partilham a experiência cristã. Quem de nós não experimentou inseguranças, perdas e mesmo dúvidas no caminho da fé? Tudo isto não deve espantar-nos, porque somos seres humanos, marcados por fragilidades e limites.”
Finalmente - o Papa Francisco considerou - ser importante lembrar que a comunhão dos santos não acaba com a morte: todos os batizados aqui na terra, as almas do Purgatório e os santos que estão no Paraíso formam uma grande família, que se mantem unida através da intercessão de uns pelos outros.
“Esta comunhão entre o Céu e a Terra realiza-se especialmente na oração de intercessão.”
“... um cristão tem que ter a alegria de ter tantos irmãos batizados que connosco caminham e também com a ajuda dos irmãos e das irmãs que estão no Céu e rezam por nós. Em frente e com alegria!”
O Papa Francisco saudou todos os peregrinos presentes e em especial referiu-se aos grupos de língua portuguesa provenientes de Portugal, de Timor Leste e do Brasil.
No final da audiência o Papa Francisco fez um apelo pela paz no Iraque:
“No final da Audiência saudarei uma delegação da superintendência iraquiana, com representantes dos diversos grupos religiosos que constituem a riqueza do país, acompanhada pelo Cardeal Tauran, Presidente do Conselho Pontifício para o Diálogo Inter-religioso. Convido-vos a rezar pela querida nação iraquiana infelizmente marcada quotidianamente por trágicos episódios de violência, para que encontre o caminho da reconciliação, da paz, da unidade e da estabilidade.” (RS)
Fonte: Rádio Vaticano
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