Na homilia, Dom José Francisco, lembro aos diáconos permanentes Carlos Eduardo Tolini Alves, Carlos Murillo Correia Teixeira, José Eriberto Leite, Marcelo Leão Alves, Renato Rodrigues Dias, Sérgio Fernando Silva e a toda a assembleia, que o diaconato é serviço. Arcebispo também agradeceu às esposas por ajudarem na vocação de cada um deles.
O diácono é ícone de Jesus Cristo servidor: o Filho do Homem não veio para ser servido, mas para servir e dar sua vida como resgate por muitos (Mt 20,28). Jesus nos ensinou que quem quiser ser o maior deve ser o servo de todos (cf. Mc 10,42-45) e esteve entre nós como aquele que serve: Eu, porém, estou no meio de vós como aquele que serve! (Lc 22,27).
As mais recentes Diretrizes para o Diaconato Permanente da Igreja no Brasil, documento 96 da CNBB (2012) assim se expressam: No contexto da ministerialidade da Igreja e, mais especificamente, no âmbito do ministério ordenado, o diácono define-se como sacramento de Cristo Servo e como expressão da Igreja servidora (CNBB, Doc. 96, n.28). O tema do serviço está bastante presente no Novo Testamento: o verbo diakonêin aparece 36 vezes, o substantivo diakonía 30 vezes e, com significados diferenciados, a expressão diákonos ocorre 34 vezes.
O diaconato é ministério presente desde o início da Igreja e o Magistério da Igreja vê a sua origem na escolha dos sete homens dos Atos dos Apóstolos 6, 1-11. Os Doze convocaram então a multidão dos discípulos e disseram: “Não é conveniente que abandonemos a Palavra de Deus para servir às mesas. Procurai, antes, entre vós, irmãos, sete homens de boa reputação, repletos do Espírito e de sabedoria, e nós os encarregaremos desta tarefa. Quanto a nós permaneceremos assíduos à oração e ao ministério da Palavra”. (…) Apresentaram-nos aos apóstolos e, tendo orado, impuseram-lhes as mãos (At 6,2-4.6). Há referências explícitas aos diáconos nas cartas de Paulo: Fl 1,1; 1 Tm 3,8-13.
O diaconato estabeleceu-se na Igreja como ministério estável entre os séculos II e V, o que é amplamente documentado: Didaqué; Santo Inácio de Antioquia; Hermas; Didascalia Apostolorum; São Clemente de Roma; Hipólito de Roma; O Testamento do Senhor. No primeiro momento o ministério diaconal cuidou particularmente da caridade, depois vieram os serviços do culto e da pastoral.
Por vários motivos o diaconato permanente entrou em decadência no Ocidente e tornou-se apenas etapa transitória em vista da ordenação presbiteral. O Concílio de Trento quis restaurar o diaconato permanente no Ocidente e o Concílio Ecumênico Vaticano II efetivamente restabeleceu o diaconato permanente (cf. Lumen Gentium 29), apresentando condições teológico-pastorais favoráveis ao seu exercício: eclesiologia de comunhão e participação, teologia da diversidade de carismas e ministérios, o poder compreendido como serviço e a necessidade pastoral (cf. CNBB, Doc. 96, n. 4).
O Concílio Vaticano II afirma na Lumen Gentium que os diáconos confortados pela graça sacramental, servem o povo de Deus no serviço (diaconia) da liturgia, da palavra e da caridade, em comunhão com o bispo e o seu presbitério (LG 29). O diaconado é um grau do sacramento da Ordem que configura o ordenado para participação toda especial na diaconia de Cristo. Trata-se de algo que pertence ao nível do ser, ou seja, de real consagração ontológica, que envolve a totalidade da pessoa (CNBB, Doc. 96, n. 45). O Catecismo da Igreja Católica ensina que os diáconos participam de modo especial na missão e na graça de Cristo. São marcados pelo sacramento da Ordem com um sinal (“caráter”) que ninguém poderá apagar e que os configura a Cristo, que se fez “diácono”, isto é, servidor de todos (CIC n. 1570).
Ao final da Santa Missa os novos diáconos cumprimentaram todos os fiéis presentes na Basílica nesta manhã de sábado. A rádio Anunciadora transmitiu a ordenação.
Fonte: SECOM
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