O pensamento da Igreja Católica sobre adivinhações, numerologia etc. está sintetizado no “Catecismo da Igreja Católica”: “Deus pode revelar o futuro a seus profetas ou a outros santos. Todavia, a atitude cristã correta consiste em entregar-se, com confiança, nas mãos da Providência no que tange ao futuro, e em abandonar toda curiosidade doentia a este respeito” (n. 2115). Mais: “Todas as formas de adivinhação hão de ser rejeitadas: recurso a Satanás ou aos demônios, evocação dos mortos ou outras práticas que erroneamente se supõem “descobrir” o futuro. A consulta aos horóscopos, a astrologia, a quiromancia, a interpretação de presságios e da sorte, os fenômenos de visão, o recurso a médiuns escondem uma vontade de poder sobre o tempo, sobre a história e, finalmente, sobre os homens, juntamente com o desejo de ganhar para si os poderes ocultos. Essas práticas contradizem a honra e o respeito que, unidos ao amoroso temor, devemos exclusivamente a Deus” (n. 2116).
O futuro não se prevê; se constrói. Colheremos o que tivermos semeado. Quem semeia amor, justiça e paz, colhe os frutos correspondentes. O autor do livro dos Provérbios, lá pelo século quarto antes de Cristo, dizia: “Quem semeia a justiça terá a recompensa condigna” (Pr 11,18b). Já quem semeia egoísmo, inveja e vaidade, acaba colhendo o que é fácil de imaginar. O profeta Oséias (séc. VIII aC), advertia: “Semeiam ventos, hão de colher tempestades!” (Os 8,7).
O que espero de 2014? Em nível internacional, que “descubramos” a África, onde milhões de irmãos nossos estão morrendo de fome e de doenças, e ninguém toma conhecimento disso.Sem a ajuda do mundo ocidental, os países africanos não superarão seus problemas. Por sinal, muito do que está acontecendo por lá tem como causa a exploração que sofreram, durante séculos, por parte de algumas grandes potências da atualidade. Espero que na América Latina diminuam as distâncias entre as classes sociais, para que haja pão na mesa de todos, casa, saúde e emprego para cada filho deste continente. Em nível nacional, espero que a mensagem de Jesus Cristo penetre em corações que ainda não o conhecem, para que o Evangelho esteja na base de suas decisões. Quanto à Arquidiocese de São Salvador da Bahia: espero que as famílias sejam apoiadas, fortalecidas e promovidas, porque uma sociedade depende das famílias que a compõem. Para mim, pessoalmente, desejo especialmente duas grandes graças: a possibilidade de trabalhar com entusiasmo para fazer nascer a esperança nos corações de muitos e o privilégio de poder continuar anunciando, com renovada alegria, que “Deus é amor!”
Arcebispo de São Salvador da Bahia – Primaz do Brasil
Fonte: CNBB
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