A abertura da Copa do Mundo de 2014, no dia 12 de junho,
reserva um momento especial para a ciência brasileira e mundial. Usando um
exoesqueleto robótico, uma pessoa paraplégica deverá se levantar de
uma cadeira de rodas, caminhar por cerca de 25 metros na Arena
Corinthians, em São Paulo, e dar o pontapé inicial do Mundial
O Projeto Andar de Novo (Walk Again Project) é coordenado
pelo neurocientista brasileiro Miguel Nicolelis, que aparece ao lado do
exoesqueleto na imagem. O projeto envolve cerca de cem cientistas dos Estados
Unidos, Europa e Brasil e é uma parceria da Universidade Duke (EUA), onde
Nicolelis leciona, e de instituições de Lausanne (Suíça), Munique
(Alemanha), Paris (França), Natal (Instituto Internacional de Neurociências de
Natal Edmond e Lily Safra, idealizado também por Nicolelis) e São Paulo
O exoesqueleto é uma espécie de veste robótica que pode ser
controlada apenas com a atividade cerebral. A vontade de andar ou de parar é
captada pelo robô e os movimentos são gerados automaticamente. Além disso, o
exoesqueleto também dará à pessoa sensações do mundo exterior
Em parceria com a AACD de São Paulo, oito pacientes
paraplégicos foram selecionados e já estão testando o aparelho. Um desses
pacientes será escolhido para dar o pontapé inicial da Copa. Na foto está o
aparelho de realidade virtual que ajudará a fazer a adaptação dos
pacientes antes de vestir o exoesqueleto
Além de receber as ordens do cérebro do paciente e gerar
movimento, o exoesqueleto também tem sensores táteis que mandam sinais para a
pessoa, passando sensações. Um dos meios de fazer isso é a 'pele artificial',
outra inovação, formada por placas flexíveis de circuitos integrados, com
sensores de pressão, temperatura e velocidade. Ela revestirá regiões
fundamentais do exoesqueleto, como a planta dos pés
“Quando a pessoa tocar o chão, quando o joelho da veste
robótica se mexer, os sensores táteis permitirão que esses sinais gerados no
robô possam ser devolvidos para o sujeito através de uma camiseta que transmite
esses sinais de volta para a pele dos braços ou do dorso, onde a pessoa ainda
tiver a sensibilidade intacta”, diz Nicolelis. Na foto, detalhes dos
microcircuitos
O 'feedback tátil' permitirá que o paciente caminhe sem
precisar ficar constantemente olhando para baixo, já que terá melhor noção de
onde está pisando
A ideia no futuro é implantar os chips no cérebro do
paciente. Na abertura da Copa, será utilizada técnica mais conservadora, com
sensores superficiais no couro cabeludo, devido aos fatores de risco: será ao ao
ar livre, com 70 mil pessoas no estádio e sinais de televisão do mundo
inteiro. A médica brasileira Lumy Sawaki, uma das chefes do projeto,
experimenta o exoesqueleto
A fase de testes com pacientes reais em São Paulo é
importante para dar naturalidade à caminhada que será realizada. “A nossa
teoria é que leva certo tempo para essas ferramentas complexas serem
incorporadas pelo nosso cérebro como se fosse extensão do nosso corpo, para ter
a sensação de que é natural. E temos alguns meses para fazer com que os
pacientes sintam que o exoesqueleto é o corpo deles literalmente', diz
Nicolelis
Nicolelis diz esperar que o pontapé inicial da Copa
seja um marco, mas não o ponto final. '“Nossa intenção é manter toda essa
equipe, continuar trabalhando com o governo brasileiro e com os nossos
parceiros, para chegar até o objetivo final, que é criar uma veste robusta o
suficiente para que qualquer paciente com uma lesão na medula espinal possa
tirar vantagens', afirma
A maior expectativa é criar esperança para 25 milhões de
pessoas ao redor do mundo que querem andar de novo
Essa foi a primeira imagem revelada do exoesqueleto robótico
do projeto Andar de Novo. É posóvel ver os cinco módulos e o backpack de
controle
Fonte: MSN
Nenhum comentário:
Postar um comentário