terça-feira, 4 de março de 2014

Mais sobriedade e caridade na Quaresma

A Quaresma ensina-nos como nos comportar no dia-a-dia, sem a loucura dos excessos, do desperdício e da ostentação, como rejeitar a avidez, ignorar as provocações da publicidade, que não cessa de propor novas necessidades falsas. Ensina-nos a satisfazer-nos com o que é estritamente indispensável e necessário, numa frugalidade digna. Este tempo oferece a oportunidade  através do jejum, da continência, da limitação dos desejos, dos prazeres e dos gastos inúteis que tudo isto requer.  Para pensarmos menos em nós mesmos e mais nos outros, demonstrarmos que não somos um grupo de consumidores composto por indivíduos bulímicos, sem cabeça nem coração, mas uma sociedade de pessoas sensíveis que no amor reservam um lugar ao outro e lhe estendem a mão. Onde o outro é o nosso próximo que vive na privação e na confusão.
A Quaresma ensina-nos a paciência e a suportação diante de uma privação pequena ou mais grave e, ao mesmo tempo, a pedir a ajuda e a misericórdia de Deus, com grande confiança na sua Providência, cheia de solicitude afetuosa. Esta é a Quaresma, segundo a vontade de Cristo. Para acolher dignamente o tempo quaresmal é preciso, em primeiro lugar, uma disposição de alegria, de espírito. O jejum e os outros elementos característicos deste período não devem ser vistos como provas difíceis, como pesos ou trabalhos forçados que trazem abatimento e aflição. A Quaresma deve ser considerada um dom precioso de Deus. Esta graça procura livrar-nos do que é material e vil e de tudo o que tem aspecto de morte; ela quer elevar-nos mais, até à esfera do espírito que é pleno de saúde e vida. Nela devemos ver a grande ocasião que nos é oferecida para purificar a nossa alma de todas as paixões, para libertar o nosso corpo de tudo o que é surpérfluo, nocivo e mortal. nela devemos ver a nossa grandíssima alegria e regozijo, uma festa verdadeira, o júbilo.
Fonte: .L'osservatore romano


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