Vivemos dias carregados de fé e emoção com a visita do Papa Francisco. Muitas lembranças felizes estão e ficarão guardadas em nossos corações. Meu pensamento dirige-se primeiro na direção daqueles que abriram suas casas e receberam peregrinos e, também, na direção daqueles que abriram suas casas e não receberam peregrinos, pois eles vieram em número menor do que o esperado. A todos eu digo: Obrigado. Obrigado. Deus lhes pague! É claro que este gesto não passará sem a recompensa divina. Obrigado ao poder público dos municípios de nossa Arquidiocese pela parceria e generosa colaboração. Obrigado aos jovens, aos diáconos, aos padres, a todos os que colaboraram na Semana Missionária e na JMJ. Todos. Todos. Todos. É tanta gente que não cabem nomes. Bendito seja Deus nos seus anjos e nos seus santos, entre os quais, vocês todos!
Para a Igreja de Niterói, o Papa reservou um carinho para além de qualquer medida. Ele abençoou a maquete da nossa nova Catedral. Vocês têm ideia do que seja isso? Significa, entre tantas outras coisas, que o Papa Francisco se uniu a nós no mesmo empenho de construir a igreja-mãe da nossa Igreja Arquidiocesana. Significa, entre tantas outras coisas, que o Papa Francisco nos diz: Vão! Façam por Cristo! Façam por mim! Façam comigo! Para a Igreja de Niterói, o Papa reservou um carinho paterno-materno, como Pedro faria, como Maria faria, como Jesus faz.
Quero abrir meu coração nesse momento. Quero expressar meu coração nesse momento. Sobretudo, aos jovens que participaram da JMJ, quero de minha parte garantir o que o Papa nos pediu, a nós Bispos. Vocês estão e sempre estarão no coração da Igreja. Vocês estão e sempre estarão no canto querido do meu coração.
Ficarão lembranças indeléveis desses dias abençoados. Francisco passou entre nós dias inesquecíveis. Ficará a recordação do momento da chegada, da visita à Aparecida, do primeiro encontro com os jovens, da grandiosa Via-Sacra, da belíssima Vigília e da Missa do Envio. Ficará até a recordação da chuva e do frio. Mas, de todas as lembranças, a que mais calará fundo nas nossas almas foram os trajetos pelo meio da multidão de jovens. De todos os lados, as pessoas arremessavam camisetas, bandeiras, presentes. E o Papa os apanhava no ar e agradecia com beijos. E de todas as crianças que foram abençoadas e beijadas. E de todas elas, o carinho do menino que abraçou e beijou o papa, que passou a mão pelo rosto dele, e se grudou no papamóvel como quem não quisesse se afastar, e quando saiu ainda arremessou-lhe o último beijo, cobriu o rosto com as mãos e se foi, chorando. Inesquecível! Fiquei sabendo que o menino é de Cabo Frio.
Na Vigília tivemos os corajosos testemunhos dos jovens, a montagem encenada da Igreja jovem, o pronunciamento do Papa, os cantos, a adoração ao Santíssimo Sacramento e a saída solene do ostensório como uma nova Arca da Aliança, a Salve Regina homenageando Maria, e o beijo do Papa na Senhora Aparecida. É muita emoção! Muita beleza! Muita verdade rara!
Na última mensagem, ao final da Missa do Envio, o Papa nos lembrou de Maria que, logo após o anúncio do anjo, sai e vai a serviço de Isabel. Numa palavra: o serviço é a marca do ser cristão. O servir é a marca da pertença a Cristo. E foi essa a jornada de vida de Francisco, quando ainda era Jorge Mario Bergoglio. São inúmeros os testemunhos de todas as vezes em que o Papa, ainda Bispo na Argentina, prestou atenção ao redor de si a tudo quanto acontecesse, a quem precisasse dele, em tudo quanto ele pudesse interferir para transformar. Esse é o homem, até ontem, completamente desconhecido, que se tornou, em poucos meses, a grande liderança, a grande cabeça e ainda o maior coração que faltava ao mundo. Francisco é sinal vivo de Jesus entre nós.
A JMJ terminou. O Papa voltou para Roma. Nós continuamos aqui. Porém, definitivamente, não somos mais os mesmos de antes. Nem podemos ser. A missão que assumimos de fazer Cristo presente em cada passo que dermos, em cada mão que encontrarmos, em cada face que encontrar a nossa, essa missão é sagrada, como é sagrado o coração que comporta Deus. Nós, os mais de três milhões que lotamos a orla de Copacabana, e os outros milhões e milhões que acompanharam a JMJ pelo mundo inteiro assumimos um compromisso sagrado diante de Pedro, de Maria e de Jesus: servir, servir e servir. A pergunta que há de iniciar qualquer encontro pessoal e comunitário nosso, daqui em diante, terá de ser: Em que posso servir? Em que posso ajudar? Esse será o caminho sagrado de consagração e de liberdade cristãs, apontado pelo Papa.
A JMJ terminou? Não. A JMJ não termina nunca. Enquanto não envelhecer o nosso coração, ela não há de terminar. Enquanto um só jovem ainda não se houver tornado peregrino, ela não há de terminar. Enquanto Jesus estiver exilado de um único coração humano, ela não poderá terminar. Cracóvia, na Polônia, é o próximo pit-stop. Como o Rio também foi, e antes dele, Madri e os outros lugares. Cracóvia será o próximo pit-stop: onde trocamos os pneus e avaliamos a caminhada. Mas a JMJ é muito mais. Ela é o caminho cristão, enfeitado de música e danças, de todas as caras pintadas da juventude e de toda beleza que a juventude tem.
Pensando na beleza do coração jovem, no dia 31 de agosto, às 10:30 horas, em Rio Bonito, com a presença do Núncio Apostólico, faremos a abertura do Ano Vocacional Arquidiocesano. Este será o legado da Jornada para nossos jovens continuarem abrindo com generosidade seus corações a Jesus. Participe!
Viva a JMJ! Viva o Papa! Viva Jesus Cristo, nosso Senhor e nosso Deus!
+ Dom José Francisco Rezende Dias
Arcebispo Metropolitano de Niterói
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