2013-04-10 Rádio Vaticana
Juiz de Fora (RV) - Todos nós sonhamos e queremos um mundo menos violento e mais justo. Contudo, não podemos ficar apenas nos sonhos ou nos desejos. Alguma coisa que estiver em nosso alcance, não podemos e nem devemos nos omitir.
Se cada um colocar a sua contribuição, naquilo que lhe for possível, na sua caminhada por esta vida, juntando algumas pedrinhas encontradas no caminho, poderemos construir alguma coisa e também salvar, na e com a força e luz do Cristo Ressuscitado, o que ainda jaz nas trevas.
Não estaremos sozinhos. Ingressaremos no grupo daqueles que buscam este mundo melhor, mais justo, mais fraterno, mais solidário e menos violento.
Na maioria das vezes a violência, além das drogas, é causada ou motivada, incentivada por pessoas que querem o poder, como mando, impedir o outro de progredir, ou até mesmo apagar a luz que ilumina o irmão para a sua sobressair. Isto acontece na nossa sociedade, em todo o mundo, por toda a parte, no campo civil, político, militar, religioso, na hierarquia eclesiástica. É uma violência mais sofisticada, porém perversa como qualquer violência.
Busquemos ajuda na própria Bíblia: “A árvore boa dá bons frutos, a que não é boa, frutos ruins”. Pelo fruto se conhece a árvore” (“ Mt.12,17e12,33”) Também o ser humano é conhecido principalmente pelo seu agir, suas atitudes, suas ações, seus atos e se tudo ou em parte procede de uma pessoa sadia ou doentia. Conforme as raízes de uma planta, seus frutos também podem ser bons, regulares ou ruins. Contudo, no ser humano, as ações, os frutos podem ter aparências de bons e nem sempre prestam. Podem proceder de uma personalidade doentia, como de um psicopata, e nenhum de nós pode ou deve concordar que sejam ações ruins e simplesmente justificar que se trata de uma árvore doentia, principalmente tendo origem numa pessoa com distúrbios em sua personalidade, como, por exemplo, originária de um psicopata ignorado por nós. Muitas vezes até se apresenta-nos como uma pessoa de bem, sadia psiquicamente e, aos poucos, vai-se revelando ser uma pessoa que: manipula muito bem outras pessoas; disfarça-se no diálogo; mantém-se camuflada para levar adiante a sua estratégia de ascensão ao poder ou obtenção de seus intentos; demonstra ter ausência de consciência e de medo e por isso é uma pessoa ardilosa e perversa; e, não tendo autocrítica, utiliza de todos os meios pata conquistar o poder e controlar as pessoas; por isso costuma utilizar e mesmo abusar do "poder" que tem em causa própria; é uma pessoa fria e sem consciência, maléfica; sabe utilizar os disfarceis mais sofisticados para se apresentar como pessoa honesta, humana. Mente com muita maestria e tranqüilidade, disfarçando assim seus instintos maquiavélicos; em muitas ocasiões as pessoas são meros objetos ou simplesmente coisas que devem ser descartadas sempre que necessário para satisfazer o seu bel-prazer.
Não bastando estas dicas, outras ainda se podem acrescentar: para maior e melhor identificação de uma pessoa psicopata. Na maioria das vezes é superficial, eloqüente, egocêntrico, megalômano. Tem ausência de sentimento de culpa e de empatia. Usa, com facilidade, mentiras, trapaças, manipulações para justificar seus atos ou suas ações, pobres de emoção. Quando perde o controle, não se sabe exatamente até onde ele quer ir, no sentido de magoar, amedrontar ou machucar a pessoa que está em seu alvo. Há até um dito jocoso: ”Costuma não ir ao trabalho mas à caça”. Às vezes demonstra uma insensibilidade tamanha, uma frieza tão grande, que sua conduta criminosa pode atingir perversidades inimagináveis. Torna-se um ser sem “coração mental” e com cérebro gelado.
Parece que fui até exagerado em colocar tanta coisa negativa em cima de uma só pessoa, mas, assim como eu conheci gente com estas características tão evidenciadas, você também, prezado leitor, já deve ter se encontrado com muitas. O que costuma acontecer é que nos omitimos, silenciamos, quando devemos falar. Como as conseqüências de uma pessoa, como acima foi descrita, causa tanto e tamanho mal à comunidade, seja ela qual for, à sociedade, ou mesma a uma só pessoa, resolvi colocar no papel tais considerações. Não deixa de ser uma advertência para que não se negocie com o mal. Jamais concorde, seja por pena, chantagem ou por qualquer outro motivo, em ajudar uma pessoa assim a ocultar o seu verdadeiro caráter. A luta contra uma pessoa desse tipo é uma luta mais humana do que imaginamos. É a luta pelo que há de mais humano em cada um de nós.
Para terminar, apenas recordo: "É mais fácil falarmos em ajuda e tratamento para as vítimas de uma pessoa com as características mencionadas do que para ela mesma"
Dom Eurico dos Santos Veloso
Arcebispo Emérito da Arquidiocese de Juiz de Fora - MG
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