Fonte: CNBB
Enquanto a primavera está se aproximando, dá gosto em ver os agricultores preparando a terra e lançando a semente na esperança de uma bem sucedida safra. Logo mais os campos estarão revestidos do verde das plantações, alimentando a esperança de quem lançou as sementes e também de quem aguarda a colheita para poder se alimentar.
O plantio é uma etapa importante para obtermos os frutos que servirão de alimento para bilhões de pessoas. Sem o plantio não haverá colheita, e sem colheita não haverá comida em nossas mesas. É por isso que o período da primavera é tão importante para a sobrevivência da humanidade. Não menos importante será o clima favorável nos meses que se seguem, para que a semente lançada à terra possa germinar, crescer e produzir fruto. Importante também será o período da colheita, quando os agricultores esperam tempo favorável para recolher o fruto do trabalho aos celeiros e galpões.
O plantio desta primavera acontece dentro do ano destinado pela ONU (Organização das Nações Unidas) para a agricultura familiar. Não é segredo a ninguém o fato de a maior parte dos alimentos serem produzidos pela agricultura familiar. Referindo-se ao assunto, o Papa Francisco diz que “da família é que aprendemos a cuidar do outro, a amar a harmonia da criação e a gozar e partilhar os seus frutos, favorecendo um consumo racional, equilibrado e sustentável”. Por isso, “sustentar e tutelar a família a fim de que eduque para a solidariedade e o respeito, é um passo decisivo para caminhar rumo a uma sociedade mais equilibrada e humana”.
Na Diocese de Santa Cruz do Sul temos a bonita iniciativa do banco das sementes crioulas. No dia 27 de agosto, aproximadamente 700 agricultores se reuniram em Linha Santa Cruz para se informarem sobre a viabilidade do seu uso e fazerem a troca de sementes crioulas entre si. Estou convencido de que, iniciativas desta natureza, fortalecem a agricultura familiar e a produção de alimentos saudáveis.
O atual plantio também está ocorrendo em consonância com a campanha pela erradicação da fome no mundo, lançada pela Cáritas Internacional. Falando sobre o tema, Francisco prega a necessidade “de modificar concretamente os nossos estilos de vida, inclusive os alimentares, que em muitas áreas do planeta são marcados pelo consumismo, dissipação e desperdício de alimentos”. Cientes de que “um terço da produção alimentar mundial está indisponível por causa das perdas e dos desperdícios, seria suficiente”, conforme o papa, “eliminá-los para reduzir de modo drástico o número de famintos”.
Encorajo, pois, os agricultores da região a continuarem a lançar as sementes à terra com o intuito de produzirem alimentos saudáveis. Conforme afirma o salmista: “Quem semeia entre lágrimas, recolhe a cantar” (Sl 126,5).
Faço votos de que Deus abençoe o trabalho da cada agricultor e de cada agricultora, fazendo germinar as sementes com abundantes colheitas!
Dom Canísio Klaus
Bispo de Santa Cruz do Sul (RS)
Bispo de Santa Cruz do Sul (RS)
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